sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Diga-se de passagem


Apagar o gesto
no momento
de se pensar.

Através da crença
um exagero de
segundos
e sequelas
que ficam no meio
dos receios.

O retrocesso
cumpre a luz
que se apaga
na sala de visitas.

Ninguém
bate à porta.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Barco costurado à mão




A liberdade não consiste só
em seguir a sua própria vontade ,
mas às vezes também
em fugir dela
*
(Kobo Abe)
A lágrima
Do verso volta,
Vertigem
Do beijo
Vão.
Artéria intacta,
Fronteira que teu nome
Traduz em reticências.
Paralelos mínimos
Que nenhuma correnteza estanca.
Pedra quando pão.
Sílaba de luz ausente,
No silêncio.
Porto.
Fragata longe.
Vento que segue
Até onde a curva
Vira pássaro
E canta.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Não há lugares


Um roteiro de sentimentos e curvas para Paula Paz em dia de sol


Teu silêncio é não estar conduzida na dança.
Não há lugares na vertigem que tua mão estende.
A métrica corrige anseios menores que tua vaidade.
Pressuposto desequilíbrio de um vendaval que não espera
janelas fechadas ou cumplicidade de olhares.
Fagulha de horizonte e caos nessa máscara que sem um
nome gera outros oceanos que deixam salgadas as lágrimas.
Pretensões tão definitivas que a moldura servirá de Monalisa
em outros quadros.
À espera da chuva.
Reticências viram tatuagens.

VIAEPTG


O tempo traçou curvas. O concreto continua ali. Na órbita estendida da gravidade. Contra o peso do nome. Paredes com música. Na ponta do lápis metáforas em desalinho à espera de um sentido. Direção calculada de retratos espelhados onde os pés são distâncias. Sairão verdes as árvores desenhadas e a cidade será menor entre os becos e esquinas. translúcido lago e uma ponte que separa o mar da varanda. São lençóis que domingo não cabem na cama.

Estrago Íntimo (parte I)

A onda desanda
Conchas
Corais
E âncoras.

Fragatas
Anoitecem bandeiras
na superfície
Do céu salgado.

A brisa
Arranca
A cor branca
De reticências anônimas
Sem ângulos
Na vertigem
Da maresia torta.

O mar acaba
Azul.

Milagres e lágrimas ou Navalha não é relógio


Uma pergunta. A resposta endereçada aos fragmentos e compreende-se tanto a inércia quanto o objeto. Ternura enlatada no arco ponto do sopro e flecha.
Água no ritmo das nuvens e uma constelação pausa a janela.
Aroma que se perde na veia.
Retrocesso e mil palavras no alfabeto atravessado na cor do teu nome.
Qual o significado do concreto somado em queda? Música que enxerga o atalho a voz e o piano numa só nota.
Breve bálsamo na sombra das gotas formando dedos onde teu beijo guarda a chuva.
E ninguém duvida, melancolia que imagina os truques do equilibrista antes da queda.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Receituário




Vento de lágrimas
que pro teu silêncio
não termina

Pedras e pétalas
dentro do tempo enterrado
indiscreto
indiferente
que chega a convencer

A escada
é um relâmpago de talvez

Arde a corda bamba no pescoço

É quase teu nome

Quinta vértebra
da torneira.